quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

REFORMA RELIGIOSA E CONTRA- REFORMA CATÓLICA

REFORMA RELIGIOSA E CONTRA- REFORMA CATÓLICA
Fatores que impulsionaram o movimento da Reforma

No início do século XVI, a mudança na mentalidade das sociedades européias repercutiu também no campo religioso. A Igreja, tão onipotente na Europa medieval, foi duramente criticada.
A instituição católica estava em descompasso com as transformações de seu tempo. Por exemplo, condenava o luxo excessivo e a usura. Além disso, uma série de questões propriamente religiosas colocava a Igreja como alvo da crítica da sociedade: a corrupção do alto clero, a ignorância religiosa dos padres comuns e os novos estudos teológicos.
As graves críticas a Igreja já não permitiam apenas consertar internamente a casa. As insatisfações acumularam-se de tal maneira que desencadearam um movimento de ruptura na unidade cristã: a Reforma Protestante.
Assim, a Reforma foi motivada por um complexo de causa que ultrapassaram os limites da mera contestação religiosa. Vejamos detalhadamente algumas dessas causas.





Novas interpretações da Bíblia
Com a difusão da imprensa, aumentou o número de exemplares da Bíblia disponíveis aos estudiosos, e um clima de reflexão crítica e de inquietação espiritual espalhou-se entre os cristãos europeus. Surgia, assim, uma nova vontade individual de entender as verdades divinas, sem a intermediação dos padres.
Desse novo espírito de interiorização da religião, que levou ao livre exame das Escrituras,nasceram diferentes interpretações da doutrina cristã. Nesse sentido, podemos citar, por exemplo, uma corrente religiosa que, apoiada na obra de Santo Agostinho, afirmava que a salvação do homem seria alcançada somente pela fé. Essas idéias opunham0se à posição oficial da Igreja, baseada em Santo Tomás de Aquino, pela qual a salvação do homem era alcançada pela fé e pelas boas obras.

Corrupção do Clero
Analisando o comportamento do clero, diversos cristãos passaram a condenar energicamente os abusos e as corrupções. O alto clero de Roma estimulava negócios envolvendo religião, como, por exemplo, a simonia (venda de objetos sagrados) tais como espinhos falsos, que coroaram a fronte de Cristo, panos que teriam embebido o sangue de seu rosto, objetos pessoais dos santos, etc.
Além do comércio de relíquias sagradas, a Igreja passou a vender indulgências (o perdão dos pecados). Mediante certo pagamento destinado a financiar obras da Igreja, os fiéis poderiam "comprar" a sua salvação.
No plano moral, inúmeros membros da Igreja também eram objeto de críticas. Multiplicavam-se os casos de padres envolvidos em escândalos amorosos, de monges bêbados e de bispos que vendiam os sacramentos, acumulando riquezas pessoais.
Esse mau comportamento do clero representava sério problema ético-religioso, pois a Igreja dizia que os sacerdotes eram os intermediários entre os homens e Deus.



Nova ética religiosa
A Igreja católica, durante o período medieval, condenava o lucro excessivo (a usura) e defendia o preço justo. Essa moral econômica entrava em choque com a ganância da burguesia. Grande número de comerciantes não se sentia à vontade para tirar o lucro máximo nos negócios, pois temiam ir para o inferno.
Os defensores dos grandes lucros econômicos necessitavam de uma nova ética religiosa, adequada ao espírito capitalista comercial. Essa necessidade da burguesia foi atendida, em grande parte, pela ética protestante, que surgiu com a Reforma.
Sentimento nacionalista
Com o fortalecimento das monarquias nacionais, os reis passaram a encara a Igreja, que tinha sede em Roma e utilizava o latim, como entidade estrangeira que interferia em seus países. A Igreja, por seu lado, insistia em se apresentar como instituição universal que unia o mundo cristão.
Essa noção de universalidade, entretanto, perdia força à medida que crescia o sentimento nacionalista. Cada Estado, com sua língua, seu povo e suas tradições, estava mais interessado em afirmar as diferenças do que as semelhanças em relação a outros Estados. A Reforma Protestante correspondeu a esses interesses nacionalistas. A doutrina cristã dos reformadores, por exemplo, foi divulgada na língua nacional de cada país e não tem latim, o idioma oficial da Igreja católica.

Contra-Reforma

















A Reação católica contra o avanço protestante


















Diante dos movimentos protestantes, a reação inicial e imediata da Igreja católica foi punir os rebeldes, na esperança de que as idéias reformistas não se propagassem e o mundo  cristão recuperasse a unidade perdida. Essa tática, entretanto, não obteve bons resultados. O movimento protestante avançou pela Europa, conquistando crescente número de seguidores.
Diante disso, ganhou força um amplo movimento de moralização do clero e de reorganização das estruturas administrativas da Igreja católica, que ficou conhecido como Reforma Católica ou Contra-Reforma. Seus principais líderes foram os papas Paulo III (1534-1549), Paulo IV (1555-1559), Pio V (1566-1572) e Xisto V (1585-1590)
Um conjunto de medidas forma adotadas pelos líderes da Contra-Reforma, tendo em vista deter o avanço do protestantismo. Entre essas medidas, destacam-se a aprovação da ordem dos jesuítas, a convocação do Concílio de Trento e o restabelecimento da Inquisição.

Ordem dos Jesuítas
No ano de 1540, o papa Paulo III aprovou a criação da ordem dos jesuítas ou Companhia de Jesus, fundada pelo militar espanhol Inácio de Loyola, em 1534.
Inspirando-se na estrutura militar, os jesuítas consideravam-se os "soldados da Igreja", cuja missão era combater a expansão do protestantismo. O combate deveria ser travado com as armas do espírito, e para isso Inácio de Loyola escreveu um livro básico, Os Exércitos Espirituais, propondo a conversão das pessoas ao catolicismo, mediante técnicas de contemplação.
A criação de escolas religiosas também foi um dos instrumentos da estratégia dos jesuítas. Outra arma utilizada foi a catequese dos não-cristãos, com os jesuítas empenhando-se em converter ao catolicismo os povos dos continentes recém-descobertos. O Objetivo era expandir o domínio católico para os demais continentes.

Concílio de Trento
No ano de 1545, o papa Paulo III convocou um concílio (reunião de bispos), cujas primeiras reuniões foram realizadas na cidade de Trento, na Itália. Ao final de longos anos de trabalho, terminados em 1563, o concílio apresentou um conjunto de decisões destinadas a garantir a unidade da fé católica e a disciplina eclesiástica.
Reagindo às idéias protestantes, o Concílio de Trento reafirmou diversos pontos da doutrina católica, como por exemplo:
I. a salvação humana: depende da fé e das boas obras humanas. Rejeita-se, portanto a doutrina da predestinação;
II. a fonte da fé: o dogma religioso tem como fonte a Bíblia (cabendo à Igreja dar-lhe a interpretação correta) e a tradição religiosa (conservada e transmitida pela igreja). O papa reafirmava sua posição de sucessor de Pedro, a quem Jesus Cristo confiou a construção de sua Igreja;
III. a missa e a presença de Cristo: a Igreja reafirmou que n ato da eucaristia ocorria a presença de Jesus no Pão e no Vinho. Essa presença real de Cristo era rejeitada pelos protestantes.
O Concílio de Trento determinou, ainda, a elaboração de um catecismo com os pontos fundamentais da doutrina católica, a criação de seminários para a formação dos sacerdotes e manutenção dos celibatos sacerdotal.
No ano de 1231, a Igreja católica havia criado os tribunais da Inquisição, que, com o tempo, reduziram suas atividades em diversos países. Entretanto, com o avanço do protestantismo, a Igreja reativou, em meados do século XVI, a Inquisição. Esta passou a se encarregar, por exemplo, de organizar uma lista de livros proibidos aos católicos, o Index librorum prohibitorum. Uma das primeiras relações de livros proibidos foi publicada em 1564.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

História da Educação Aula 1

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO AULA I
No período medieval a educação era desenvolvida em estreita simbiose com a Igreja, com a fé cristã e com as instituições eclesiásticas que – enquanto acolhiam os oratores (os especialistas da palavra, os sapientes, os cultos, distintos dos bellatores e dos laboratores) – eram as únicas delegadas (com as corporações no plano profissional) a educar, a formar, a conformar. Da Igreja partiram os modelos educativos e as práticas de formação, organizavam-se as instituições ad hoc e programavam-se as intervenções, como também nela se discutiam tanto as práticas como os modelos. Práticas e modelos para o povo, práticas e modelos para as classes altas, uma vez que era típico também da Idade Média o dualismo social das teorias e das práxis educativas, como tinha sido no mundo antigo. 

    Também a escola, como nós conhecemos, é um produto da Idade Média. A sua estrutura ligada à presença de um professor que ensina a muitos alunos de diversas procedências e que deve responder pela sua atividade à Igreja ou a outro poder (seja ele local ou não); as suas práticas ligadas à lectio e aos auctores, a discussão, ao exercício, ao comentário, à argüição etc.; as suas práxis disciplinares (prêmios e castigos) e avaliativas vêm daquela época e da organização dos estudos nas escolas monásticas e nas catedrais e, sobretudo nas universidades. Vêm de lá também alguns conteúdos culturais da escola moderna e até mesmo da contemporânea: o papel do latim; o ensino gramatical e retórico da língua; a imagem da filosofia, como lógica e metafísica.  





RENASCIMENTO E HUMANISMO

Capítulo 1- O HUMANISMO
O Humanismo caracteriza-se por uma nova visão do homem em relação a Deus e,  em relação a si mesmo. Essa nova visão decorre diante da nova realidade social e econômica vivida na época.
A pirâmide social da era Medieval, já não existe mais (essa pirâmide era formada pelos Nobres / Clero / e Povo), graças ao surgimento de uma nova classe social: a Burguesia, cujo nome se origina da palavra burgos que quer dizer cidade.
O surgimento das cidades deve-se ao incremento do comércio que era a base de sustentação dessa nova classe social. As cidades por sua vez, oferecem uma nova opção de vida para os camponeses que abandonam o campo. Esse fato iniciou o afrouxamento do regime feudal de servidão.
Nessa época também tem início as grandes navegações, que levam as pessoas a valorizar crescentemente as conquista humanas. Esses fatores combinados levam a um processo que atinge seu ponto máximo no Renascimento.
Como conseqüência dessa nova realidade social, o Teocentrismo pregado e defendido durante tantos anos pelas classes anteriores, passa a dar lugar para o Antropocentrismo, nova visão onde o homem se coloca como sendo o centro do Universo.






Na cultura, esse processo de mudanças também tem efeitos culturais pois, o homem passa a se encarar como ser humano, e não mais como a imagem de Deus.
Todas as Artes passam a expressar novas partículas que apareceram com essa nova visão, as pinturas os poemas e as músicas da época por exemplo, tornam-se mais humanas, passam a retratar mais o ser humano em sua formação.
Essa nova concepção, não significa que a religião estava acabando mas, apenas que agora os artistas passavam a embutir em suas obras também o lado humano derivado desse novo regime social.
As obras dessa época, vão refletir em sua formação esse momento de transição de uma mentalidade para outra, ou seja, a passagem de uma visão Teocêntrica para a visão antropocêntrica do mundo.







Portanto o Humanismo é considerado como um período de transição.
A prosa, a poesia e principalmente o teatro produzidos nesse período refletem essa transição.



Capítulo 2- O Renascimento
Para a mentalidade medieval, a desigualdade proporcional era um bem e não uma injustiça, pois era baseada não no amor próprio, mas na humildade de reconhecer as carências individuais de cada um e a superioridade de outros. De maneira que a regra é a admiração às superioridades de cada um (pois cada pessoa representa em si algo da perfeição de Deus, e representa esta perfeição melhor do que qualquer outra). Em se admirando, algo daquilo a que se admira passa para quem admira, e assim sucessivamente, existe uma constante progressão social para o mais alto, para o mais belo, para o mais perfeito. A função da elite é, pois, a de elevar constantemente a sociedade e não, como querem os socialistas, oprimir e destruir. 
Com o advento do Renascimento, esta "atitude de alma" admirativa, gradativamente, vai se transformando em inveja; e do ideal de desigualdades harmônicas, passa-se a uma busca constante de igualdade e liberdade. Igualdade fruto do orgulho que não aceita superioridade. Liberdade que não aceita a imposição de regras sociais e morais, que, segundo os revolucionários, aprisionariam o homem . Da união destes dois princípios revolucionários, somos todos iguais e livres, surge a fraternidade ecumênica e niveladora, onde a verdade é subjetiva e a moral apenas social (pelo menos até o advento das chamadas sociedades alternativas, que praticamente preceituam a inexistência da moral). 
"A partir do século XIV, começam a surgir fissuras no grandioso edifício da Idade Média: uma gradual e profunda mudança de mentalidade começa a se operar na Cristandade." 
Essa mudança não ocorreu - principalmente, pelo menos - de forma explícita ainda no Renascimento, a transformação foi muito mais tendencial do que ideológica.
















Simbolo da Pedagogia.

Boa tarde galera olha que interessante o texto que encontrei falando sobre o simbolo da nossa graduação.

                                                                              



As corujas são os símbolos da filosofia e da pedagogia devido à inteligência, argúcia, astúcia, sensibilidade, visão e audição super potente das corujas. A coruja tem visão 180% superior ao do homem. Ela enxerga tudo ao seu redor apesar de ser daltônica, não identificando a cor vermelha, e poder mexer completamente a cabeça (gira-a para todos os lados, pois tem os olhos completamente separados). É muito difícil enganá-la, ela percebe "segundas intenções".É muito difícil criá-la em cativeiro, sendo uma ave muito ligada a sua família, não abandona os filhos em hipótese alguma, sendo o macho quem cuida dos filhotes e a fêmea é quem sai par caçar.Existem diversas representações para este símbolo, a Coruja, no que se refere as representações para a Filosofia e Pedagogia; no entanto, podemos observar na figura símbolo:
1º) A cabeça da coruja possui um formato ovalado, quase arredondado, que faz imaginar a figura do globo terrestre. Isso permite considerar que a formação do pedagogo é para todos os cantos do mundo. É universalista, pluralista;
2º) Acima dos olhos e abaixo da cabeça a penugem do pássaro forma uma semelhança de letra “V”, que pode ser interpretada como a primeira letra da palavra “Vida”; afinal, o Pedagogo será o profissional apto a preparar o ser humano para a vida toda, não apenas para o saber;
3º) O olho direito está bem aberto e é formado de uma espécie de circunferência com escamas que fazem lembrar a representação de ondas concêntricas. E o olho esquerdo apresenta-se fechado Essa representação parece permitir a interpretação de que o pedagogo é aquele que precisa concentrar-se no conhecimento, na construção da própria personalidade, na reflexão, na formação de princípios (olho fechado). Um olhar para dentro (introspecção) e um olhar para fora (extrospecção), para o mundo (o olho direito) que se projeta para o futuro e irradia suas ondas de conhecimento para um além bem distante;
4º) O pássaro dá a impressão de mostrar-se com o peito aberto, estufado para frente. Isso pode representar a coragem, a ousadia que o pedagogo precisa assumir para levar em frente sua missão, suas metas, seus objetivos, frente às dificuldades profissionais suas e as dificuldades culturais, sociais e psíquicas dos seus educandos;
5º) Uma das asas do pássaro empunha um lápis que escreve sobre um livro que, por sua vez, está sobre outro livro. Hoje já existem símbolos da pedagogia que apresentam três livros. Isso pode significar que o ler e o escrever são as ferramentas que darão asas para o ser humano voar em busca de sua autorrealização e libertação. O Pedagogo é o iniciante deste processo porque ele começa a sua atuação nas primeiras séries da educação básica, mas continua por toda a educação fundamental e média até a superior. Um livro, pois, representa as séries iniciais, todas as séries da fundamental e média e o outro livro pode representar o nível superior que é onde o pedagogo vai buscar e construir sua ciência, as bases para sua prática e os fundamentos éticos para a construção de sua personalidade que será também espelho para os seus educandos;
6º) As garras do pássaro se afirmam com vigor na base que apóia seus pés. Isso permite significar a profundidade, a firmeza intelectual, cultural, pedagógica e moral que devem ser qualidades essenciais do pedagogo;
7º) Por fim, a cauda do pássaro apresenta uma clara conotação de elemento de equilíbrio para o pássaro. Assim também a pessoa do pedagogo deve primar-se pelo equilíbrio, pela personalidade segura pela capacidade de mediar as suas exigências pessoais e profissionais com dificuldades sociais que ele vai encontrar nas salas de aulas, escolas, familiares e colegas de profissão. O equilíbrio que, em ética se chama virtude da prudência, é justamente a balança que pesa nas proporções necessárias tanto o ardor do pedagogo na exigência de condições razoáveis para o exercício de sua profissão quanto no seu posicionamento ético de não trabalhar só pelo salário mensal e para a satisfação de suas necessidades puramente materiais.



Boa Leitura.
Érica Amaral.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

HEBREUS

    O principal legado que os hebreus deixaram foi no âmbito religioso. Eles foram os primeiros povos a adotar o monoteísmo, ou seja, a crença em um único Deus. Também de destacam na literatura, destacando o Antigo Testamento, que é a primeira parte da Bíblia.

    Quanto aos profetas, eles eram os educadores de Israel, inspirados por Deus e continuadores do espírito de sua mensagem ao “povo eleito”: devem educar com dureza, castigar e repreender também com violência, já que sua denúncia é em razão de um retorno ao papel atribuído por Deus a Israel.

    A escola em Israel organizava-se em torno da interpretação da Lei dentro da sinagoga; à qual “era anexa uma escola exegese” que, no período helenístico, se envolveu em sérios contrastes em torno, justamente, da helenização da cultura hebraica. Aos saduceus (helenizantes) opuseram-se os fariseus (antigregos) que remetiam à letra das Escrituras e à tradição interpretativa, salvaguardada de modo formalista. Assim, além de centro de oração e de vida religiosa e civil, a sinagoga se torna também lugar de instrução. A instrução que se professava era religiosa, voltada tanto para a “palavra” quanto para os “costumes”. Os conteúdos da instrução eram “trechos escolhidos da Torá”, a partir daqueles usados nos ofícios religiosos cotidianos. Só mais tarde (no século I d.C.) foi acrescentado o estudo da escrita e da aritmética. Nos séculos sucessivos, os hebreus da diáspora fixaram-se, em geral, sobre este modelo de formação (instrução religiosa), atribuindo também a esta o papel de salvar sua identidade cultural e sua tradição histórica.



Crença
FENÍCIOS

    Os fenícios eram povos de origem semita. Por volta de 3000 a.C., estabeleceram-se numa estreita faixa de terra com cerca de 35 km de largura, situada entre as montanhas do Líbano e o mar Mediterrâneo. Com 200 km de extensão, corresponde a maior parte do litoral do atual Líbano e uma pequena parte da Síria.

    Quanto à cultura, fundamental foi o desenvolvimento dos conhecimentos técnicos (de cálculo, de escrita, mas também ligados aos problemas da navegação). A descoberta mais significativa desse povo foi a do alfabeto, com 22 consoantes (sem as vogais), do qual derivam o alfabeto grego e depois os europeus, e que aconteceu pela necessidade de simplificar e acelerar a comunicação.

    A primeira produção do alfabeto ocorreu em Biblos (um dos centros da Fenícia), que deu, aliás, nome ao livro (biblos em grego), pelas indústrias de papiro que ali se encontravam. Quanto aos processos educativos, são aqueles típicos das sociedades pré-gregas, influenciados pelos modelos dos grandes impérios e pelas sociedades sem escrita em que predomina a sacralização dos saberes e a organização pragmática das técnicas, e tais processos se desenvolvem, sobretudo na família, no santuário ou nas oficinas artesanais. Os processos de formação coletiva são confiados ao “bardo”, ao “profeta”, ao “sábio”, três figuras-guias das comunidades pré-literárias e que desenvolvem uma ação de transmissão de saberes, de memória histórica e de “educadores de massa”.



Alfabeto fenício


Números fenícios
BABILÔNIA

    A cultura da poderosa classe sacerdotal destaca-se, bem como a extrema dificuldade que a escrita cuneiforme oferece aos escribas, incumbidos de ler e copiar textos religiosos.

    Na civilização babilônica, tiveram um papel essencial o templo e as técnicas. O templo era o verdadeiro centro social dessa civilização, o lugar onde se condensa a tradição e onde organizam as competências técnicas, sobretudo as mais altas e complexas, como escrever, contar, medir, que dão vida à literatura, à matemática, à geometria, às quais se acrescenta a astronomia que estuda o céu para fins, sobretudo práticos (elaborar um calendário).

    Os sacerdotes (verdadeira casta de poder, que levava uma vida separada e se dedicava a atividades diferentes dos outros homens, ligadas aos rituais e à cultura), eram os depositários da palavra, os conhecedores da técnica da leitura e da escrita. A experiência escolar formava o escriba e ocorria em ambientes aparelhados para escrever sobre tabuletas de argila, sob o controle de um mestre (dubsar), pelo uso de silabários e segundo uma rígida disciplina.



Calendário babilônico

Egito

EGITO

    As escolas funcionavam como templos e em algumas casas foram freqüentadas por pouco mais de vinte alunos. A aprendizagem se fazia por transcrições de hinos, livros sagrados, acompanhada de exortações morais e de coerções físicas. Ao lado da escrita, ensinava-se também aritmética, com sistemas de cálculo, complicados problemas de geometria associados à agrimensura, conhecimentos de botânica, zoologia, mineralogia e geografia.

    O primeiro instrumento do sacerdote-intelectual é a escrita, que no Egito era hieroglífica (relacionada com o caráter pictográfico das origens e depois estilizada em ideogramas ligados por homofonia e por polifonia, em seguida por contrações e junções, até atingir um cursivo chamado hierático e de uso cotidiano, mais simples, e finalmente o demótico, que era uma forma ainda mais abreviada e se escrevia sobre folha de papiro com um cálamo embebido em carbono).

    Ao lado da educação escolar, havia a familiar (atribuída primeira à mãe, depois ao pai) e a “dos ofícios”, que se fazia nas oficinas artesanais e que atingia a maior parte da população. Este aprendizado não tinha nenhuma necessidade de “processo institucionalizado de instrução” e “são os pais ou os parentes artesãos que ensinavam a arte aos filhos”, através do observar para depois reproduzir o processo observado. Os populares eram também excluídos da ginástica e da música, reservadas apenas a casta guerreira e colocadas como adestramento para guerra.


Pilares de um templo no Egito – edificados para representar florestas.



Escrita hieroglífica cursiva.

História da Educação

História da Educação - Período Oriental

Resumo:
  • O surgimento da escrita;
  • Transição da sociedade primitiva para a civilização;
  • Surgimento da cidade e do estado;
  • Mantinha a cultura dominante através da educação.

CHINA

    Nas civilizações orientais a educação era tradicional: dividida em classes, opondo cultura e trabalho, organizada em escolas fechadas e separadas para a classe dirigente. O conhecimento da escrita era restrito a devido ao seu caráter esotérico As preocupações com educação apareceram nos livros sagrados, que ofereceram regras ideais de conduta e enquadramento das pessoas nos rígidos sistemas religiosos. Nesse período surgiu o dualismo escolar, que destina um tipo de ensino para o povo e outro para os filhos dos funcionários, ou seja, grande parte da comunidade foi excluída da escola e restringida à educação familiar informal.



Deuses indianos
História da Educação - Período Primitivo

Resumo:
  • Não existia educação na forma de escolas;
  • Objetivo era ajustar a criança ao seu ambiente físico e social, através da aquisição das experiências;
  • Chefes de família eram os primeiros professores e em seguida os sacerdotes.

     A evolução do hominídeo para o homem apresenta as seguintes fases:
  • Australopithecus (de 5 milhões a 1 milhão de anos atrás), caçador, que lasca a pedra, constrói abrigos;
  • Pitecanthropus (de 2 milhões a 200 mil anos atrás), com um cérebro pouco desenvolvido, que vive da colheita e da caça, se alimenta de modo misto, pule a pedra nas duas faces, é um pronto-artesão e conhece o fogo, mas vive imerso numa condição de fragilidade e de medo;
  • Homem de Neanderthal (de 200 mil a 40 mil anos atrás), que aperfeiçoa as armas e desenvolve um culto dos mortos, criando até um gosto estético (visível nas pinturas), que deve transmitir o seu ainda simples saber técnico;
  • Homo sapiens, que já tem características atuais: possui a linguagem, elabora múltiplas técnicas, educa os seus “filhotes”, vive da caça, é nômade, é “artista” (arte naturalista e animalista), está impregnado de cultura mágica, dotado de cultos e crenças, e vive dentro da “mentalidade primitiva” marcada pela participação mística dos seres e pelo raciocínio concreto, ligado a conceitos-imagens e pré-lógico, intuitivo e não-argumentativo.

    A educação dos jovens, nesta fase, torna-se o instrumento central para a sobrevivência do grupo e a atividade fundamental para realizar a transmissão e o desenvolvimento da cultura. No filhote dos animais superiores já existe uma disposição para acolher esta transmissão, fixada biologicamente e marcada pelo jogo-imitação. Todos os filhotes brincam com os adultos e nessa relação se realiza um adestramento, se aprendem técnicas de defesa e de ataque, de controle do território, de ritualização dos instintos. Isso ocorre – e num nível enormemente mais complexo – também com o homem primitivo, que através da imitação, ensina ou aprende o uso das armas, a caça e a colheita, o uso da linguagem, o culto dos mortos, as técnicas de transformação e domínio do meio ambiente.

    Depois desta fase, entra-se (cerca de 8 ou 10 mil anos atrás) na época do Neolítico, na qual se assiste a uma verdadeira e própria revolução cultural. Nascem, as primeiras civilizações agrícolas: os grupos humanos se tornam sedentários, cultivam os campos e criam animais, aperfeiçoam e enriquecem as técnicas (para fabricar vasos, para tecer, para arar), cria-se uma divisão do trabalho cada vez mais nítida entre homem e mulher e um domínio sobre a mulher por parte do homem, depois de uma fase que exalta a feminilidade no culto da Grande Mãe (findo com o advento do treinamento, visto como “conquista masculina”).

    A revolução neolítica é também uma revolução educativa: fixa uma divisão educativa paralela à divisão do trabalho (entre homem e mulher, entre especialistas do sagrado e da defesa e grupos de produtores); fixa o papel - chave da família na reprodução das infra-estruturas culturais: papel sexual, papéis sociais, competências elementares, introjeção da autoridade; produz o incremento dos locais de aprendizagem e de adestramento específicos (nas diversas oficinas artesanais ou algo semelhante; nos campos; no adestramento; nos rituais; na arte) que, embora ocorram sempre por imitação e segundo processos de participação ativa no exercício de uma atividade, tendem depois a especializar-se, dando vida a momentos ou locais cada vez mais específicos para a aprendizagem. Depois, são a linguagem e as técnicas (linguagem mágica e técnicas pragmáticas) que regulam – de maneira cada vez mais separada – os modelos de educação.

Pedagogia

Pedagogia é uma ciência ou disciplina do ensino que começou a se desenvolver no século XIX. A pedagogia estuda diversos temas relacionados à educação, tanto no aspecto teórico quanto no prático.

A pedagogia tem como objetivo principal a melhoria no processo de aprendizagem dos indivíduos, através da reflexão, sistematização e produção de conhecimentos. Como ciência social, a pedagogia esta conectada com os aspectos da sociedade e também com as normas educacionais do país.